26 janeiro, 2013

Olá, tudo bem? 
Faz um tempinho que nem eu, nem a Thaís postamos alguma coisa no blog, mas é porque estávamos preparando uma novidade para vocês! Bom, não divulgamos o que iriamos fazer aqui, mas alguns detalhes foram colocados nas redes sociais do blog. 
A nossa ideia foi baseada nas pessoas que ainda não ingressaram no mundo universitário, nas meninas e meninos que estão no 3º ano, ou estão fazendo cursinho e que ainda não se decidiram sobre o que querem prestar no vestibular. 
Resolvemos dar uma ajudinha, esclarecer algumas coisas, matar a curiosidade, tirar algumas dúvidas e decidimos então por fazer uma série de postagens sobre alguns cursos.
Para isso pedimos ajuda a algumas pessoas (nossos amigos e amigas) que já estão nesse mundo e que aceitaram participar dessa causa tão nobre! haha' 
Todo sábado até o final de fevereiro postaremos uma pequena entrevista com o estudante de um determinado curso. E espero que isso consiga ajudar! Quem sabe vocês não se identificam?
Agora, vamos ao que interessa!

A entrevistada dessa semana é uma amiga minha de infância e ela vai falar um pouco sobre o curso de MEDICINA! 





Nome: Liszandra Gadelha
Idade: 19 anos
Onde cursa: Faculdade Christus
Semestre que se encontra: 4º Semestre






Vamos as perguntas:

- Antes de escolher medicina você já fez outro curso? Se sim, em qual momento você viu que era hora de mudar?

Bom, desde o início do ensino médio eu me perguntava o que decidiria quando me deparasse com a “HORA DA ESCOLHA”... havia pensado em milhões de opções (de Medicina à Oceanografia),mas sempre sem tanta certeza, a cada semana eu tinha uma nova decisão...Mas enfim, chegou a hora, 3º ano e eu ainda no meu mundinho imaginativo, testes vocacionais nunca me ajudaram muito e eu tive que aprender a ser madura na marra, não dava pra passar o ano final sem foco. No fundo, bem no fundo mesmo eu sempre quis Medicina (só que era algo muito interno, que eu nunca havia compartilhado com ninguém), pois nunca achei que eu tivesse capacidade de entrar de primeira e apesar das dúvidas eu tinha uma certeza: ”Não tenho a paciência que eu tanto admiro nos outros, de tentar incontáveis vezes até chegar no curso que sonhou -Medicina- até porque meu sonho era tão íntimo que eu mesma fazia questão de sufocar, costumava nem alimentar pra não correr o perigo de me empolgar demais com a ideia e depois me frustrar com um resultado negativo, então me decidi pelo Direito (achando que já estava sendo ousada demais por querer o segundo curso mais concorrido). Me preparei o ano todo pra isso e no final, sempre digo que por providência divina, passei na UFC. Me matriculei e comecei a cursar, realizada da vida e com uma visão super romântica do curso (“Eu não me corromperei”, ”serei muito útil ao meu país”, ”serei sempre correta”, ”cumprirei as leis”...), só que comigo não funcionou. Tenho princípios pessoais e religiosos muito fortes e logo no início do curso me deparei com a arte da persuasão, “do jeitinho”, ”da mentirinha”...assisti a uma palestra extracurricular na faculdade com um advogado que exercia a profissão e nunca me esqueço de um exemplo que ele citou: “Vocês vão aprender a não se sentir mal com algumas coisas como ter que mentir pra melhorar seu lado...e em toda profissão é assim, ou vocês acham que um vendedor de batatas fritas sente-se mal por saber que suas batatas podem causar placas de gordura no coração das pessoas e mata-las? Claro que não, eles só vendem. “Aquilo veio como um coice na minha cara, eu caí na real”. Não que eu esteja aqui depreciando um curso tão lindo como o Direito, eu o considero uma arte, convencer é uma arte. Eu só descobri que talvez não tivesse tanto dom assim pra coisa. E vi que teria que tomar outro rumo, foi difícil encarar isso de frente, até porque eu não tinha a menor ideia do que eu ia fazer.


- O que te levou/influenciou a seguir a área da saúde?

Continuando meu dilema:
Nesse momento de desespero (“o que faço agora”?) eu orei (como disse sou bem religiosa) e só pedi a Deus que me mostrasse um novo caminho. Foi quando se abriram as inscrições pra o Prouni e eu, mais uma vez ousadamente, me inscrevi pra Medicina na Faculdade Christus... não tenho a menor condições de pagar um curso estonteantemente caro como Medicina, apostei na bolsa integral e orei de novo. Eram 3 vagas, eu fiquei em quarto lugar, mas de novo providencialmente, o último colocado foi desclassificado na avaliação da documentação e eu subi uma colocação-FUI CHAMADA- depois de uma luta tremenda pra conseguir 100000000 de documento em 2 dias fiz a entrevista e fiquei na expectativa-continuando no Direito-até que saiu o resultado e eu havia passado. Quase quebrei a coluna de tanto pular, eu chorava, gritava...enfim, foi um dos dias mais felizes da minha vida. E foi assim, que eu, mesmo sem acreditar, passei em Medicina. Meu sonho já não era mais interno e como ninguém sabia da minha vontade de verdade, sempre ouço a expressão irônica: “Bem parecida mesmo a sua troca; Direito pra Medicina, tudo a ver.” Sorrio sempre.


- Sabemos que o curso de medicina é um dos mais concorridos, em algum momento você teve medo de não passar? Como era a sua rotina de estudo? 

Sobre o medo acho que já comentei até demais né. Mas sobre a minha rotina de estudos... bom, essa era bem árdua, eu tinha aulas de 7:00 às 1:40 todos os dias, e depois do almoço ia pra biblioteca do colégio estudar até umas 20:00 da noite, quando eu precisava pegar o ônibus de volta pra casa. E ainda tentava estudar mais um pouco até às 23h00. Depois enfim, dormia. Ainda me lembro da ansiedade sobre o resultado, outros amigos fizeram bem mais questões do que eu (fiz 135 de 180), mas minha nota da redação foi um diferencial, consegui 950 pontos e isso fez minha nota ir lá pra cima. Fica a dica.


- Até agora o curso é como você esperava que fosse antes de entrar? O que você mais "estranhou" ao entrar?

Sim, o curso é LINDO. É maravilhoso você se descobrir, descobrir seu corpo, aprender mecanismos incríveis que realmente não parecem nem um pouco acidentais. É um curso inteligente. O cansaço é sempre superado pelas descobertas. Além de sempre poder ajudar aos outros e se sentir útil a cada dia, por minimizar uma dor, por muitas vezes ser o remédio pra alguém, por poder confortar, por poder ver literais ressuscitações (a emoção de reanimar alguém de uma parada cardíaca é indescritível, ver de novo que o coração voltou a bater e que você colaborou só por não ter desistido, mesmo depois de quase meia hora de parada cardiorrespiratória...) é incrível. E quanto ao que eu mais estranhei... humm... eu tenho que estudar bem mais do que quando eu estava no 3º ano, são madrugadas inteiras, trabalhos infindos...mas quando é o que você quer de verdade, nada disso chega nem perto de te fazer pensar na palavra “DESISTIR”. Você vê seus amigos lindos, saindo, viajando, DORMINDO (dormir é realmente a coisa que um estudante de Medicina mais almeja)...e você parecendo um urso panda com suas olheiras, sem sair, gorda demais, ou magra demais...às vezes se pergunta: Nossa, como eu aguento? E porque isso não me faz querer parar? Porque eu amo tanto tudo isso?


- Qual os maiores desafios do seu curso?

O quanto ele exige de você dedicação e compromisso. Não dá pra ser desleixado quando se lida com vidas.


- Tem alguma coisa que você descobriu ao entrar lá e que antes você nem imaginava?

Tudo. Você aprende coisas sobre a matéria e sobre a vida. É preciso se dar conta de que você cresceu, e que quando você faz alguma coisa de errado não tem mais a quem culpar. Só aceite e tente outra vez, agora certo. Cada descobertinha vira uma conquistona, toda vida que você faz uma boa anamnese ou exame físico, toda vez que você entuba o boneco do jeito certo, você se sente a pessoa mais realizada do mundo.

- O que você pretende fazer logo após a faculdade?

Continuar estudando, Medicina é algo que não acaba...vem residência, mestrado, doutorado, trabalho...é um curso lucrativo a longo prazo, deve se aprender a conviver com cada novo desafio.

- Deixe alguma dica pras leitoras quem sonham em fazer medicina.

Bom, gostaria de acrescentar aqui uma lição pra quem se arriscar a ler o quase livro que eu escrevi até agora: Não prestem tanta atenção no que os outros acham... eu lembro de um dia ter me arriscado a comentar com umas amigas mais próximas sobre minha vontade de cursar mesmo  Medicina e lembro de também
tê-las ouvido falar: ”Não tá querendo demais não, tu?...” Algumas pessoas não tem estrutura para ouvir nossos sonhos, é preciso descobrir quem MERECE ouvi-los. Só se dedique o máximo que conseguir, se renuncie, se envolva com seu objetivo e ore, ore muito e sempre, Deus sempre faz o que não conseguimos.. Isso é lindo na teoria e difícil na prática, mas é essencial... Ah, e de vez enquanto (só às vezes),chuta o pau da barraca e faz um mimo a sua mente: tira um dia de folga, lê um livro de romance, passa um dia conversando com seus amigos(Você sentirá muitas saudades deles, depois que passar)...aproveite bem, porque depois a gente vê que a vida da gente é feita de fazes e se nós não aproveitarmos muitoooooo todas elas, do jeito certo e do melhor jeito possível...elas passam e já não dá mais pra voltar. “Faça o que você tem que fazer quando você tem que fazer, e chegará o dia em que você fará o que você quiser quando você quiser”.

Um abração, e muito obrigada pela oportunidade, foi um prazer poder ajudar.

Essa foi a nossa primeira entrevistada, semana que vem tem mais! 
Até a próxima! Beeijo

Um comentário :

  1. Adorei a entrevista! Já pensei em fazer medicina mas depois percebi que não tenho vocação :x kkkkk
    Muito legal essa ideia, com certeza vai ajudar muita gente que está em dúvida sobre o que fazer :)
    Beijos flor :*
    Raiana - Território Pop

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